Viagens em terras Alentejanas

Este é o testemunho apaixonado de uma viagem em terras Alentejanas onde encontramos lugares com uma diversidade muito rica em história, gastronomia e natureza que desconheciamos. A hospitalidade e simplicidade das gentes locais é também excelente.

Os principais locais de visita com paragens entre os percursos são: Mora; Pavia e Avis.

Uma vez vindos de Lisboa percorridos cerca de 120kms, chegamos à vila de Mora, aproximadamente 60kms a Norte de Évora capital do Alentejo. Pela nossa experiência a viagem é muito agradável às vistas, pois atravessamos a impressionante ponte Vasco da Gama no sentido Alcochete. Grande parte do percurso é feito pela N119 onde podem ser avistados campos de arrozais, rebanhos de ovelhas, manadas de vacas e os famosos sempre presentes sobreiros ao longo da paisagem

Ponte Vasco da Gama (Imagem de Walkerssk from Pixabay)

O nosso anfitrião foi o Sr.Jaime gerente do hotel Solar dos Lilazes, um hotel de charme com salas dispostas de pinturas técnicas frescos. O Sr.Jaime amavelmente, desenho-nos um mapa para a nossa tour durante esse dia, numa segunda feira de muito calor e em terras calmas de Mora. Na primeira introdução da conversa foi-nos dito que estavamos numa região rica em ribeiras de bom peixe de água doce onde se realizam provas de pesca internacionais e que são muito importantes para o concelho.

O primeiro itinerário da tour foi visitar a vila de Mora e os seus principais atrativos. Assim, pela manhã tinhamos programado visitar o Museu Megalítico de Mora. Não nos lembramos que era uma segunda feira, dia em que os museus nacionais estão fechados. No entanto ficou a sensação que vale a pena visitá-lo pelo seu interesse do património rico do período megalítico no concelho de Mora.

Museum do Megalítico em Mora

Com a barriguinha a dar a volta, optamos por almoçar primeiro antes das próximas aventuras. O Sr. Jaime sugeriu duas opções onde almoçar; o restaurante o Afonso ou o Morense ambos na vila de Mora .

Secretos de Carne de Porco Preto

Este último estava fechado, pelo que optamos por almoçar no restaurante o Afonso. A nossa escolha recaiu no prato Secretos de Carne de Porco Preto, prato típico Alentejano da região que estava mesmo muito saboroso.

Já saciados partimos para o Fluviário acerca de 8kms da vila de Mora. Este aquário surprendeu-nos muito pela positiva, pois nesse espaço podemos encontrar um conjunto de espécies de peixes, répteis, anfíbios e lontras geograficamente distribuidas nas águas doces desde a Nascente até à Foz cobrindo Portugal, a Amazônia e dos grandes lagos de rifts Africanos. Para os miúdos há uma sala didática muito convidativa com conteúdos e ferramentas científicas para os mais entusiásticos na descoberta do conhecimento das várias espécies de peixes.

Parte exterior do Fluviário Uma amostra de peixes do Fluviário (I) Uma amostra de peixes do Fluviário (II) Nós, visitantes no Fluviário

A caminho de Pavia pela N251, visitamos o cromeleque do Monte das Fontainhas. Este, faz parte da rica distribuição de monumentos megalíticos do Alentejo ocidental. A figura mostra o conjunto dos menires.

Cromeleque do Monte das Fontainhas

Uma vez em Pavia, visitamos a Anta-Capela de São Diniz uma das mais bonitas capelas. Se recuarmos no tempo este espaço foi um dos megalíticos que, posteriormente, teve a sua conversão em capela de arquitetura barroca e românica. O acesso ao seu interior é feito por uma porta gradeada de ferro. Aí poderá maravilhar-se com os bonitos azulejos do século XVIII e pelas geometrias das suas paredes irregulares no seu interior. É considerado monumento nacional.

Ainda em Pavia, visitamos a Igreja Matriz do seculo XVI. Estava fechada mas pelo seu exterior de uma das laterais, observamos um estilo arquitectónico em fortalezas do estilo silhueta acastelada. Sem entrar demasiado em história, esta igreja serviu de guarida aos Condes do Redondo. Acerca de 100m da igreja encontramos um miradouro com uma vista fantástica requalificada como zona de mato, com uma paisagem Alentejana, em terra batida.

Continuamos a nossa viagem pela N370 a caminho da bela vila de Avis. Pelo caminho fizemos um pequeno desvio para visitarmos a barragem do Maranhão. Ficamos impressionados com a paisagem, em particular, com a ribeira onde nas suas margens se sobressaem algumas rochas de grande espessura. É um excelente local para parar o carro, respirar o ar puro e tirar algumas fotos ao longo da ponte.

Albufeira Barragem do Maranhão

Quando saimos da barragem do Maranhão em direcção à vila de Avis, já os termómetros registavam 37ºC. Com os nossos corpos a sentir o calor do Alentejo e uma vez na vila de Avis, não resistimos a banhos em águas de uma linda praia fluvial junto ao clube Náutico. A temperatura da água estava óptima, mesmo morninha o que nos agradou bastante.

Praia fluvial do clube Naútico em Avis

Depois de uns refrescos e uma pausa no clube Náutico, visitamos a zona histórica de Avis. Com o carro a percorrer as suas ruas estreitas, passando pelas casinhas brancas com listas azuladas estacionamos no largo do Convento. Deu logo para notar que estavamos numa vila outrora medieval com o lindo panorama da Porta da Vila sobre o alto da colina. Caminhamos, então ao redor exterior da Torre da Rainha do castelo de Avis, onde as nossas vistas foram surpreendidas com a paisagem serena de um conjunto de ribeiras

Já com o pôr do Sol, o regresso a Lisboa fizemos por Mora, via Ponte de Sôr pela N2 ao longo da extensa ribeira da barragem de Montargil.

Uma vista do rio na barragem de Montargil

Fechamos a nossa excursão deslumbrados por estes belos lugares em contacto com a natureza, história, gastronomia e gentes acolhedoras do Alentejo.

Acreditamos que o nosso testemunho vivido possa ajudar a todos os amantes de viagens a descobrir e a encantarem-se mais e melhor pela região do Alentejo bem como levar a paz, a tranquilidade e bem estar que estes lugares oferecem.

Agradecimentos ao Manuel Manero pelo seu incentivo

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